Cursos de formação trabalham a convivência e a relação da escola com o território
A Fundação Tide Setubal realizou formações com professores da rede estadual e municipal de educação com o tema Como construir um olhar da escola sobre o território e melhorar as relações entre professores, alunos e a comunidade escolar? Ele foi trabalhado pela Fundação Tide Setubal nos cursos para educadores realizados em 2017. Os principais objetivos das formações eram disseminar as metodologias criadas pela Fundação Tide Setubal nos territórios, visando à redução das desigualdades socioespaciais, e influenciar as políticas de formação de educadores nas redes municipais e estaduais de ensino, nas quais, ao longo do ano, foram desenvolvidas atividades.
Em 2017, foi estabelecida uma nova parceria entre a Fundação Tide Setubal e a Diretoria de Ensino Região Leste 2, responsável por 92 escolas estaduais da área, com o intuito de realizar formações e atividades que combinem as metodologias e os programas da organização com a experiência da rede de ensino e seus profissionais.
“A cooperação da Fundação Tide Setubal com as escolas da região já acontecia havia algum tempo, de forma mais pontual. Agora, firmamos essa colaboração de forma oficial e ficamos muito felizes com a perspectiva de atuarmos juntos”, afirmou Paula Galeano, superintendente da Fundação Tide Setubal, ao assinar o termo de parceria, no dia 12 de março.
“Esta parceria é muito valiosa para nós. Um dos maiores problemas que temos na escola é o relacionamento com a comunidade e esse apoio vem bem na direção do que nós estamos precisando. A gente percebe que todas as escolas que têm um bom relacionamento com as famílias caminham melhor”, afirmou Eva Maria Pereira da França Santos, dirigente Regional de Ensino, ao firmar a parceria.
A colaboração entre a Fundação Tide Setubal e a rede estadual resultou no curso formativo Na Educação o Território e Seus Significados Importam, voltado para professores mediadores comunitários, vice-diretores, coordenadores pedagógicos e professores coordenadores do Núcleo Pedagógico Leste 2.
Tendo o território como elemento interdisciplinar e articulador das diferentes áreas do conhecimento, os quatro módulos da formação trabalharam questões ligadas à convivência, equidade e justiça social, baseados na experiência da Fundação Tide Setubal nos eixos escola-família-território e nas metodologias decorrentes dela. Programas como o Ação Família, Educomunicação em Movimento, as formações sobre convivência realizadas pela Fundação ao longo de 2016 e os conhecimentos da organização sobre a Rede de Proteção Social embasam os módulos do curso, cada um com oito horas de duração.
Em uma aula inaugural, realizada no dia 16 de março na Faculdade Paschoal Dantas, em São Miguel Paulista, 120 educadores reuniram-se para conhecer a proposta do curso. Destes, 30 conseguiram de fato fazer as aulas, divididas em quatro módulos com dois encontros cada. “Ao avaliar os resultados, identificamos como é importante uma instituição ter clareza da intencionalidade com que oferece um curso de formação. Além de oferecer o curso, é preciso deixar claro para as escolas que ele é importante para a instituição”, afirma Izabel Brunsizian, coordenadora de projeto da Fundação Tide Setubal. Com as mudanças na gestão do ensino estadual em 2017, muitos professores mediadores foram reencaminhados às salas de aula e não conseguiram a dispensa para fazer a formação.
Entre os docentes que realizaram o curso, a avaliação foi positiva. A professora coordenadora Joelma Ferreira da Silva Rocha conta que, quando a sua escola recebeu o convite para a formação, ela logo se voluntariou. “Gostei muito, sobretudo por ver que outras pessoas têm problemas parecidos com os nossos e, muitas vezes, lidam com eles de forma diferente. O curso ampliou minha percepção da necessidade de trazer os pais para perto da escola – algo que já buscamos fazer.”
Chamada de Encontros e Diálogos: O Papel da Gestão Escolar na Construção de Ambientes de Convivência em Parceria com a Fundação Tide Setubal, a formação junto à Diretoria Regional de Educação de São Miguel (DRE) partiu do pressuposto de que a melhora da convivência entre os agentes escolares resulta em ambientes mais propícios à aprendizagem para trabalhar conceitos e técnicas de fortalecimento das ações da equipe gestora. Entre os objetivos do curso estavam contribuir para a compreensão do papel da gestão escolar na construção de ambientes de convivência saudável na escola, refletir sobre ferramentas que contribuem para um diálogo mais fluido entre a equipe gestora e entre ela e os professores e estimular a elaboração de planos de intervenção que contribuam para a melhoria do ambiente escolar.
Durante quatro encontros presenciais e quatro horas de atividades a distância, os 40 participantes exploraram textos e vídeos, trabalharam com metodologias como o café colaborativo, que permitem discussões em grupos, e elaboraram planos de intervenção específicos para as suas escolas.
As avaliações feitas pelos participantes foram bastante positivas. “A dinâmica do curso foi excelente. As formadoras tinham tanto repertório que até parecia que são gestoras, conseguiram fazer link da fala dos colegas com o conteúdo programado”, avaliou Terezinha Francelino Ferreira, assistente de direção da EMEI Engenheiro Aldo Giannini. “O conteúdo aprendido pode ser compartilhado de várias formas: em grupos pequenos, nas reuniões pedagógicas e com a comunidade. A cada final de encontro, ao chegar à escola, consegui compartilhar com algumas pessoas parte do que aprendi.” Ao abordarem pontos a serem melhorados, muitos solicitaram a disponibilização dos textos que constam na bibliografia utilizada pelo curso e pediram futuras formações para aprofundar o conteúdo.